Mito ou verdade? - A amamentação e a alimentação materna
sexta-feira, 31 de janeiro de 2020
Na amamentação, devo evitar certos alimentos por serem alergénios, terem sabor forte ou provocarem cólicas no bebé - MITO
Mesmo antes de iniciar a diversificação alimentar, a mãe é a responsável por aquilo que o bebé consome, quer in utero, através do líquido amniótico, quer através do leite materno. Desta forma, é fácil de compreender a preocupação das mães com os alimentos que podem/ devem ou não consumir durante esta fase.
Surgem inúmeras questões, particularmente devido a mitos que se foram propagando de geração em geração, quer seja pela possibilidade de determinado alimento provocar cólicas no bebé, por ser potencialmente alergénio ou por alterar o sabor do leite materno.
1- Haverá necessidade de restringir determinados alimentos pelo seu potencial de provocar cólicas no bebé?
Por norma, as cólicas do bebé surgem pela imaturidade do sistema digestivo e da sua microbiota, isto é, o conjunto de bactérias que habitam no nosso intestino. Com o tempo, existirá uma adaptação fisiológica que fará com que os sintomas atenuem ou até desapareçam.
Uma prova de que este é um mito infundado é o facto de que as fibras, componentes dos alimentos que fermentam no intestino e provocam cólicas, não são digeridas pelo intestino. Dessa forma, não sendo absorvidas, não passam para o leite materno, sendo impossível que afetem o bebé.
2- Deverá a lactante evitar alimentos que confiram um sabor intenso ao leite?
Não, muito pelo contrário. Já durante a gravidez, particularmente no 3º trimestre, o bebé deteta sabores, como o do alho, provenientes da alimentação materna, uma vez que estes atravessam o líquido amniótico. Tal facto é benéfico, promovendo uma maior familiarização do bebé com novos sabores e facilitando a diversificação alimentar, uma vez que a aceitação de novos alimentos tenderá a ser melhor.
Constitui, por isso, uma ótima forma de educação alimentar, desde os primeiros meses de vida.
3- Existem alimentos potencialmente alergénios que devem ser evitados no período da lactação?
Apesar de existirem alimentos com maior potencial alergogénico, não existe evidência que o facto de não serem consumidos na gravidez e amamentação confira algum tipo de proteção ao bebé. Poderá, sim, ser um risco eliminar certos alimentos da alimentação materna sem fundamento, uma vez que a variedade alimentar é comprometida e o risco de carências nutricionais fica aumentado.
Apesar disto, existem alguns alimentos e bebidas a evitar na gravidez e amamentação.
É o caso do álcool, cuja dose mínima segura não está estabelecida para as fases e, portanto, o mais prudente é mesmo a ausência de ingestão. Caso a mulher não queira abdicar do seu consumo, o mesmo deve ser feito no final de uma mamada, para que ocorra um intervalo mínimo de duas a três horas, até à próxima vez que irá amamentar. Desta forma, diminui o risco do álcool ainda se encontrar em circulação.
Também a cafeína, por atravessar a placenta e ser libertada no leite materno, deve ser consumida numa quantidade inferior a 200mg por grávidas ou mulheres que estejam a amamentar, não devendo esta exceder, por isso, um consumo máximo de 2 cafés expresso por dia (média de 75mg por café expresso, em Portugal). Além disso, existem alimentos e bebidas como o chocolate, alguns refrigerantes e chás, como o preto e verde, que também contêm cafeína e que, por isso, devem ser ingeridos em quantidades moderadas.
Para concluir...
Aquilo que a mãe ingere irá refletir-se não só na sua saúde e bem-estar, como também no bebé. Contudo, evitar determinados alimentos pelo seu potencial alergénio, pelo sabor ou pelo seu possível impacto nas cólicas do bebé, é infundado.
Ainda assim, apesar das ideias acima mencionadas carecerem de fundamento científico e se tratarem de mitos, deverá haver o cuidado, por parte dos pais, de detetar eventuais sintomas ou desconforto no bebé e, se assim for, a mãe deve suspender a ingestão do alimento em causa, durante uns dias. Depois, verificar se houve ou não melhoria dos sintomas. Caso contrário, o melhor é procurar um acompanhamento especializado.
Em suma, a preocupação com a alimentação materna na fase da amamentação deve centrar-se na ingestão de alimentos nutricionalmente ricos, que forneçam nutrientes necessários a um crescimento e desenvolvimento saudáveis do bebé, bem como a manutenção da saúde da mãe.
Maria Inês Cardoso
Pilates Clínico e a dor lombar na grávida
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
A dor lombar é um das queixas mais frequentes nas grávidas devido às alterações hormonais e biomecânicas que ocorrem nesta fase. E, além da limitação funcional que representa, dependendo da sua intensidade e duração, pode levar a outras queixas como insónias e depressão.
Esta queixa pode ser prévia ou ocorrer apenas aquando da gravidez e segundo vários estudos estima-se que entre 50% a 93% das grávidas sofram de dor lombar.
Vários estudos referem que o exercício físico regular e de baixa intensidade, se for autorizado pelo seu médico, além de ser seguro para a gestante e para o feto, pode ajudar a prevenir e a diminuir as queixas lombares. O método de Pilates é uma modalidade de baixa intensidade que procura fortalecer os músculos profundos da coluna, bem como melhorar o equilíbrio e trabalhar a mobilidade articular, sempre de modo fluido e acompanhado do controlo da respiração.
Foi demonstrado, num grupo de grávidas no terceiro trimestre da gravidez, que os exercícios de Pilates, realizados uma vez por semana, durante oito semanas, foram mais eficazes na redução da intensidade de dor lombar, do que outro tipo de exercício.
Além de prevenir o aparecimento de dor lombar, o Pilates Clínico, devidamente orientado por um profissional qualificado, é uma excelente forma de melhorar a postura, manter ou aumentar a força muscular, dar mobilidade ao seu corpo e aumentar a sua sensação de bem-estar durante este período tão especial.
Inês Azevedo Fraga
A osteopatia e a mulher grávida
quarta-feira, 22 de janeiro de 2020
Durante a gravidez, o corpo vai sofrer várias alterações (físicas, biológicas e emocionais) e a mulher vai ter que se adaptar. Muitas vezes, estas mudanças provocam dores e desconfortos a nível articular, digestivo e respiratório.
O osteopata com a sua abordagem global, vai fazer com que os desconfortos diminuam e levar a mulher a viver a gestação serenamente.
No entanto, é importante salientar que a osteopatia não substitui um seguimento obstétrico convencional.
Quais os benefícios de uma consulta com um osteopata?
A consulta num osteopata durante o primeiro trimestre da gravidez pode ajudar com as náuseas, vómitos, distúrbios do trânsito intestinal, lombalgia e irritabilidade, que podem acontecer nos três primeiros meses.
Durante o segundo trimestre, o útero vai aumentar de tamanho e vai mudar a posição dos órgãos do abdómen. Pode provocar uma diminuição da mobilidade diafragmática. Dores lombares podem também aparecer, devido ao aumento de peso, à posição do bebé e à mudança dos tecidos. A dor ciática também é comum durante a gravidez.
Trabalhar na mobilidade da bacia, da coluna e do abdómen vai ajudar a tratar esses desconfortos, no sentido de melhorar o dia-a-dia das futuras mães.
Trabalhar na mobilidade da bacia, da coluna e do abdómen vai ajudar a tratar esses desconfortos, no sentido de melhorar o dia-a-dia das futuras mães.
No fim da gestação, a osteopatia ajuda a viver serenamente as últimas semanas, antes da chegada do bebé. Pode ajudar nas pernas pesadas, distúrbios circulatórios, dores lombares e/ ou cervicais e contribui na preparação para o parto.
Como vai decorrer a consulta?
O tratamento osteopático da mulher grávida respeita o princípio da globalidade e da unidade do corpo.
O objetivo do osteopata é equilibrar as mudanças morfológicas e as consequências viscerais, articulares e funcionais. Ele trabalha nos órgãos internos (estômago, fígado, ...), na estrutura óssea (coluna, bacia, ...), na estrutura muscular (a nível da bacia, como por exemplo, o psoas, o piramidal ou o períneo) e na circulação.
Durante a consulta , ele garante que a fisiologia da mulher grávida se adapta às exigências da gestação.
As técnicas usadas são suaves e adaptadas a cada paciente. A globalidade das técnicas destinam-se a aliviar os sintomas da gravidez e otimizar a preparação para o parto. Todas as técnicas limitam-se à manipulação do corpo.
Intervenção osteopática no pós-natal
A osteopatia é aconselhada nas semanas a seguir ao parto, pois favorece a recuperação e alivia as dores que ainda possam existem. Dores ao nível do cóccix, da bacia, alguns distúrbios a nível intestinal, cefaleias ou estado de tensão ao nível das meninges, devido à epidural.
Elodie Coget
EneaBirth Coaching - Renascer para a melhor versão de ti mesma
quarta-feira, 15 de janeiro de 2020
Cada vez mais tomo consciência do que ser Mãe faz connosco.
Ser Mãe traz-nos a possibilidade brutal de nos transformarmos na nossa maior potencialidade. Permite-nos olhar verdadeiramente para o nosso interior, para o nosso Eu real. Ser Mãe destrói para voltar a construir. Parte barreiras, destrói crenças, coloca em causa valores. Ser Mãe despe-nos... deixa-nos nuas na nossa vulnerabilidade, despe-nos de conceitos, de máscaras, de superficialidades. Deixa-nos tão despidas, que para nos voltarmos a vestir precisamos conhecer o nosso corpo, a nossa alma, a nossa essência. Até lá, é um mergulhar nas nossas águas mais profundas. É andar enroladas nas ondas, a tentar sobreviver e sem nos afogarmos em desespero, em solidão, em sentir que não sabemos mais onde pertencemos.
Ser Mãe é, assim, a oportunidade de Renascer, de nos descobrirmos, de ser quem realmente somos e quem realmente queremos ser. Tornarmo-nos Mães implica ficarmos inseguras e perdidas. Significa ser vulnerável, chorar, rir, fugir... para que daí possa renascer o nosso verdadeiro eu!!!
Ninguém nos avisa que vamos ter a maior transformação da nossa vida, que vamos morrer e renascer, que vamos mudar de identidade!!
Quando engravidei, vivi a plena dualidade da gravidez: ao mesmo tempo que era uma mulher mega feliz, era também uma menina assustada, cheia de medos e inseguranças que não sabia se estava preparadas para o que aí vinha.
Posso dizer que a minha gravidez refletiu perfeitamente o turbilhão que eu vivia emocionalmente. Acho que não houve incómodos e sensações próprios da gestação que eu não tenha tido ou sentido.
Quando a minha filha nasceu, achava que ia ficar tudo bem, que ia ser a mulher mais feliz do mundo, mas afinal a viagem não tinha terminado. Tinha entrado numa montanha russa que nem a meio caminho estava. Sentia-me ainda mais sozinha, confusa e perdida algures entre a pessoa que eu era antes e a pessoa que era "agora". Passei por Baby Blues e Depressão Pós-Parto.
A maternidade levou-me assim para a frente de um espelho gigante onde fui obrigada a olhar para a minha verdade crua e dura. Estava finalmente frente-a-frente com a minha sombra, a minha luz, os meus maiores medos, as minhas maiores fragilidades. Iniciei assim uma jornada profunda de aprendizagem sobre mim mesma e sobre o mundo.
Isso fez-me buscar informação e querer perceber o que se passava comigo (connosco). Percebi que muitas Mães se sentem assim: perdidas, "loucas", sozinhas, mas têm vergonha de falar, porque a nuvem que paira no ar da sociedade é que ter um filho é o melhor do mundo, o momento mais mágico das nossas vidas e não podemos sair desse padrão de perfeição.
Hoje sei que não sou "louca" e advogo por uma maternidade real e imperfeita, onde cada mulher e casal encontra a sua forma de Maternar!
Ter passado, também eu, pela sombra da maternidade, fez-me querer desenvolver um método que apoiasse outras Mães e casais a restaurar a sua energia, a reconetarem-se com o seu corpo e a resgatarem o seu sentido de Identidade para que possam desfrutar em Honestidade, Amor e Harmonia o maravilhoso mundo da Maternidade.
Nasce assim o EneaBirth Coaching, o método desenvolvido por mim que une a sabedoria ancestral do Eneagrama, o Coach Transformacional, a profissão de Doula e a minha própria experiência da maternidade. É um programa único e exclusivo de Coach de Nascimento em Eneagrama, que apoia Mães e casais a ultrapassarem os desafios da Gravidez e do Pós-Parto.
A gravidez e a chegada de um bebé compreende uma das fases mais transformadoras da vida humana. É o ponto de partida e chegada de uma mudança substancial: física, emocional, mental e espiritual. Esquecemo-nos, muitas vezes, que esta é uma experiência complexa, desafiante e única. Ao longo e através da maternidade, o ser humano é convidado a reconetar-se com a sua capacidade e compromisso do EU.
"Pode ser que uma mulher passe por tudo isso de uma forma anestesiada, mas é uma pena, porque é uma experiência tão maravilhosa, é uma viagem tão incrível quando a mulher se consegue entregar a essa fusão com esse bebê e poder produzir para ela mesma, uma expansão da sua consciência."
(Alexandre Amaral, Psicólogo, Membro do Instituto Aripe)
Com o método EneaBirth és convidada(o) a ampliar a tua consciência de ti. Potenciamos esta transformação que já se dá por si só, para que possas passar por ela "acordada", consciente e possas reconstruir a tua nova identidade.
Existem 2 programas:
- EneaBirth Pregnancy - ajuda-te a ultrapassar os desafios da maternidade, a equipares-te com o auto-conhecimento, a tranquilidade e a alegria necessárias para renasceres junto com o teu bebé, em verdade e integridade.
- EneaBirth PostPartum - 9 passos para um Pós-Parto transformador - onde caminhamos com a ajuda do Eneagrama por esta fase transformadora e desafiante, para que possas reconhecer-te, recuperar o encantamento e a alegria pela vida e pelo teu papel de Mãe, ao mesmo tempo que RENASCES PARA O MELHOR DE TI.
Hoje em dia, aspiro ser a voz do renascimento de todas as Mães, Pais e casais que encontram nos desafios da maternidade a razão certa para se encontrarem e se transformarem em seres humanos mais felizes e íntegros.
Acredito que o meu trabalho contribui para a felicidade, bem-estar e sucesso, a todos os níveis, de muitas Mães/ casais.
Acredito que ajudando alguém a conhecer-se melhor, a aceitar-se sem culpas e sem tabus, a compreender-se e a sentir-se mais estável emocionalmente, influenciará tudo à sua volta.
As mordeduras
quarta-feira, 8 de janeiro de 2020
As lesões de mordedura sem solução de continuidade (sem ferida), não levantam do ponto de vista médico grandes problemas, uma vez que são aplicadas muitas vezes sobre a roupa e deixam apenas pequenos hematomas.
A preocupação surge e de forma justificada, precisamente nas mordeduras em que há aparecimento de ferida mais ou menos profunda.
Independentemente do tipo de mordedura, é extremamente importante saber do estado vacinal do animal ou da criança que morde, tal como daquela criança que é mordida. Isto é particularmente relevante em relação ao tétano e à raiva, embora em Portugal esta doença esteja extinta. No caso da mordedura humana é importante serem realizadas as serologias para o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e as Hepatites víricas B e C.
A gravidade da mordedura está dependente da sua localização, extensão e profundidade.
Mordedura humana
Todas as mordeduras devem ser observadas pelo médico se houver solução de continuidade ou perda de tecido.
Dada a frequência da infeção, deve ser realizado um exsudado da lesão sempre possível.
Os agentes microbiológicos mais frequentemente encontrados são os anaeróbios (50%), seguidos da Einekenella corrodens (25%), estafilococos e estreptococos.
A gravidade da mordedura está dependente da sua localização, extensão e profundidade.
Mordedura humana
Todas as mordeduras devem ser observadas pelo médico se houver solução de continuidade ou perda de tecido.
Dada a frequência da infeção, deve ser realizado um exsudado da lesão sempre possível.
Os agentes microbiológicos mais frequentemente encontrados são os anaeróbios (50%), seguidos da Einekenella corrodens (25%), estafilococos e estreptococos.
- Terapêutica (numa unidade de saúde - hospital ou centro de saúde - quando se verifica ferida):
- Lavar sob pressão, com soro fisiológico ou água corrente.
- Retirar corpos estranhos que estejam na lesão.
- Proceder à limpeza cirúrgica com desbridamento de tecidos, se se justificar, nas lesões profundas e extensas.
- A lesão não deve ser suturada dado o risco de infeção, excepto se ocorrer na face, por razões estéticas.
- Todas as mordeduras da face e extremidades ou articulações e estruturas ósseas devem ser observadas pela cirurgia plástica e ortopedia.
- Antibioterapia oral.
- As soluções com antibiótico para limpeza da ferida não têm vantagem acrescida.
Mordedura de cão
Devem ser sempre observadas pelo médico nas primeiras 8 horas.
Infetam quase sempre e o risco é máximo nas 24 horas após a mordedura.
Os agentes mais frequentemente encontrados são os anaeróbios, os estreptococos, a Pasteurella multocida (30%), o Staphilococcus aureus (20%) e o Staphilococcus intermedius (20%).
O tratamento é semelhante ao descrito antes a propósito da mordedura humana, acrescido da profilaxia da raiva e tétano, se for o caso.
Mordedura de gato
Este tipo de mordedura infeta mais frequentemente que as de cão.
O agente mais frequentemente implicado é a Bartonella henselae, embora estas mordeduras sejam frequentemente sobre-infetadas por Pasteurella multocida (50%), Staphilococcus aureus e Streptococcus do Grupo A de Lancefield.
O tratamento é semelhante ao descrito antes a propósito da mordedura humana, acrescido da profilaxia da raiva e tétano, se for o caso.
Além da antibioterapia oral, por vezes a gravidade da infeção justifica a administração de antibioterapia endovenosa.
Alexandra Silva Couto
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