Professor Pinguim
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
Mês de janeiro, inverno e os dias estão frios... que tal acender a lareira, assistir a um filme ou a um documentário? As crianças adoram animais, saber tudinho sobre eles e aproveitando isso, podemos levá-los mais longe, aprendendo mais e melhor.
A leitura partilhada continua a ser a melhor forma de, ao calor da leitura, passar bons momentos com o seu filho e ao mesmo tempo ajudando-o na aquisição de alguns conteúdos programáticos, abrangendo as principais áreas do currículo. Sugiro saber mais sobre o elegante, doce, simpático e muito interessante Pinguim, que faz as delícias das nossas crianças.
Proponho a leitura de um livro mágico "365 Pinguins", de Jean Luc Fromental e Joelle Julivet (disponível na internet), recomendado pelo Plano Nacional de Leitura e que todos os alunos até aos 9 anos deveriam ler. É uma história muito simples, mas muito enriquecedora, cheia de pequenos versos de fácil leitura e que se desenrola ao longo do ano. Bem lida e trabalhada, estimula a criança ao cálculo mental, operações matemáticas e, principalmente, a refletir um pouco sobre a problemática do aquecimento global. Através da leitura deste livro, o seu filho poderá aprender os meses do ano, o número de dias de cada mês, a somar os dias de cada mês, a tabuada, o volume e a té resolver algumas situações problemáticas.
Deixo um pouco da história (versão portuguesa do Brasil):
"Na manhã do dia 1º de janeiro, dia de Ano-Novo, a campainha toca na casa de Amanda e Téo. Era um motoqueiro trazendo uma encomenda. Uma caixa que não tinha nenhuma referência do remetente - nem nome, nem endereço, nada. Dentro da caixa, um pinguim! Acompanhado por um bilhete recomendando que a família cuidasse dele. Quem teria mandado um presente desses?
No dia seguinte, à mesma hora, de novo o motoqueiro trazendo uma nova caixa com outro pinguim. E assim foi o ano inteiro, dia após dia, sem falhar um só.
Quando chegou o réveillon, 31 de dezembro, a casa da família estava tomada por 365 pinguins. Não foram poucos os problemas que essas aves frajolas, com sua plumagem parecendo um traje a rigor, causavam aos dois irmãos e aos seus pais. Ainda bem que no 'trim!' seguinte, em vez de um 366º hóspede, quem chegou foi uma pessoa que conhecia muito bem cada um dos pinguins e que trazia a explicação de todo o mistério..."
Não se esqueça que uma criança motivada aprende mais e melhor!
Teresa Alexandre
Diarreia
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
A diarreia é a perda excessiva de líquidos e eletrólitos nas fezes.
Em idade pediátrica convencionou-se defini-la como a perda igual ou superior a 5 gramas por quilograma de peso ou 10 mL/ Kg/ dia (no adulto é de 200 gramas nas 24h). Poderá haver uma diminuição da consistência das fezes e/ ou aumento da frequência das dejeções (>3 em 24h).
As diarreias podem ser classificadas de acordo com a sua duração em agudas (até 14 dias de evolução), persistentes (entre 14 a 30 dias de evolução) ou crónicas (30 a 60 dias de evolução).
Quanto ao seu mecanismo patogénico podem ser classificadas em diarreias secretórias, osmóticas, inflamatórias e por distúrbios da motilidade.
Nas crianças com idade inferior a 3 anos, a incidência é de 0,5 a 1,9 episódios por criança e por ano. A causa mais frequente é sem dúvida a infeção a rotavírus que representa cerca de 28 a 30% dos internamentos em Portugal.
Embora inúmeras, o quadro 1 enuncia as principais causas de diarreia.
As infeções entéricas são as situações mais frequentes e, como norma geral, não justificam antibioterapia. Dentro das causas infeciosas, as mais frequentes são as infeções virais, correspondendo a cerca de 70% das situações. Embora o rotavírus seja responsável por 40% das situações virais, encontramos outros vírus implicados como adenovírus, calcivirus, enterovirus, astrovirus, entre outros. Estas situações são habitualmente autolimitadas. Têm uma duração média de 7 a 10 dias.
O uso indiscriminado de antibióticos pode levar a um agravamento do quadro e promover o estado de portador em certos casos, pelo que o seu uso tem indicações médicas muito específicas.
A clínica é frequentemente inespecífica ou mesmo inexistente até que haja uma perda de pelo menos 5% do peso corporal da criança. É considerada uma desidratação ligeira para perdas inferiores a 3%, moderada se a perda oscilar entre 3 a 9% e grave quando a perda for superior a 9% do peso. O quadro 2 enuncia alguns dos sinais e sintomas de desidratação.
A clínica é frequentemente inespecífica ou mesmo inexistente até que haja uma perda de pelo menos 5% do peso corporal da criança. É considerada uma desidratação ligeira para perdas inferiores a 3%, moderada se a perda oscilar entre 3 a 9% e grave quando a perda for superior a 9% do peso. O quadro 2 enuncia alguns dos sinais e sintomas de desidratação.
Terapêutica:
- Se o bebé estiver em aleitamento materno exclusivo, este deve continuar, mas a frequência das refeições deve aumentar, por exemplo, passar para de 2 em 2h. Se, pelo contrário, estiver a fazer leite adaptado quer em exclusivo, quer em complemento, este pode ser preparado com água de arroz, mas sempre respeitando a diluição standard. Pode também optar-se por iniciar uma fórmula sem lactose, dado que parece haver uma melhoria da tolerância e das cólicas com o uso dessa opção. A sua continuidade deve permanecer até 2 a 3 semanas após o episódio de diarreia;
- Evitar alimentos sólidos;
- Ingesta frequente de líquidos ou semi- líquidos, em pequenas quantidades;
- Soluções polieletrolíticas de re-hidratação, preparadas e comercializadas no mercado;
- Anti-secretores intestinais (particularmente útil nas diarreias a Rotavírus);
- Dieta antidiarreica: leite sem lactose, chá preto chalado, iogurte natural com ou sem fruta cozida, banana, maçã, pêra, sopa de cenoura ou canja de arroz, carne ou peixe magros cozidos/ grelhados, batata cozida ou arroz branco sem gordura, torrada ou bolacha de água e sal, sem gordura, papa não láctea de arroz.
A criança deve ser observada pelo médico se:
- Sinais ou sintomas de desidratação (ver quadro 2);
- Diarreia com sangue, muco ou pús;
- Diarreia com a duração superior a 24 horas ou mais de 10 dejeções diárias;
- Diarreia com mais de 14 dias de evolução;
- Febre elevada (>39,5ºC);
- Sensação de doença grave;
- Menos de 3 meses de idade e não estiver sob aleitamento materno exclusivo;
- Sob antibioterapia ou outra medicação;
- Cólicas abdominais persistentes, com mais de 2h de evolução
- Vómitos incoercíveis, com mais de 2h de evolução.
A fórmula de re-hidratação oral da Organização Mundial de Saúde é simples e pode salvar vidas em qualquer parte do mundo... e qualquer um pode fazê-la. Deixo aqui a receita:
1 litro de água + 2 colheres de sopa de açúcar + 1 colher de café de sal + gotas de limão (quanto baste, embora não sejam absolutamente necessárias).
Alexandra da Silva Couto
A Música, o Ser e o Desenvolvimento Infantil
quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
A música é uma das maiores dádivas da humanidade, um dos nossos maiores legados, património da nossa existência enquanto seres vivos dotados de inteligência, sensibilidade e intuição.
Para um ser em desenvolvimento, a música é fundamental, por emitir uma vibração própria. Ao ser tocado um instrumento, o som repercute-se no nosso corpo, expandindo a nossa consciência, o corpo físico estende-se e prolonga-se para além dos limites fisionómicos do próprio ser.
O trabalho de aperfeiçoamento de uma pequena frase melódica, de um timbre, de uma nota, de um crescendo, exige um foco imediato, uma entrega, aumentando o nível de concentração.
A música leva-nos a descobrir e a percorrer o nosso mundo interior e a propagarmo-nos (ao nosso campo de consciência) existencialmente. Aquando da primeira vez ao tocar a minha primeira guitarra clássica, senti a vibração das cordas no corpo, tocou-me o coração. Noites em que a guitarra dormiu ao meu lado. Conheço-a profundamente, cada som, cada timbre, cada espaço, cada corda, cada ruído, numa extensão do meu próprio corpo e consciência para além de mim mesmo.
Pensadores antigos ligavam cada nota musical a um planeta do Sistema Solar, o nosso corpo vibrando e ressoando com o Universo. A música é uma terapia em si, de coordenação, de harmonização do próprio corpo, ponte de vibração entre o próprio corpo e um espaço exterior a nós.
No desenvolvimento da criança, tocar um instrumento musical vai impulsionar o cérebro na utilização de ligações diferentes, através da criatividade, mecanismos menos racionais, mais intuitivos e criativos (aqui vários níveis podem ser verificados, consoante o Professor oriente o trabalho de cada aluno e a própria resposta deste).
Na minha opinião enquanto Professor, Músico e Compositor, em cada aluno deve-se procurar um sentido criativo existencial na música. Improvisar um pequeno trecho com o Professor a acompanhar e estimular o estudante na criação de um pequeno trecho musical ou pequena peça de sua autoria são fundamentais. O trabalho de ler partituras, tocar e interpretar pode ganhar mais sentido e dimensão com os exercícios anteriores.
Num mundo onde a tecnologia domina todas as áreas, urge compensar com um trabalho "artesanal". O "artesão", quer seja criança ou adulto vibra e busca o som em harmonia com o que o rodeia, o seu corpo propaga-se para além da sua matéria física, ressoando no universo criativo e circundante. No meu caso e usando a postura clássica tradicional, a guitarra fica colocada junto ao peito. Na minha forma de sentir e analisar, projeta-se na linha e linguagem do coração, harmonizando a linguagem e aprendizagem racional, que representam a maioria do trabalho desenvolvido na Escola: enquanto estudante, sempre senti falta de uma aprendizagem e abordagem geral mais criativas. A música pode e deve colmatar essa lacuna de base do ensino.
Não podia descrever melhor do que Nietzsche: A Vida sem Música seria um erro.
Vasco Abranches
(Texto e Fotografias)
Vasco Abranches
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
Descobriu que tinha música dentro de si para explorar, escrevendo sobretudo peças originais para guitarra, mas também para outros instrumentos e formações.
Publicou dois discos e vários outros temas gravados e trazidos a público, adaptou música para outros autores, colaborou com espetáculos de Teatro, Dança, Pintura e Poesia. Também apresentou trabalhos seus e outras colaborações na rádio e televisão.
Trabalha também com fotografia, tendo realizado inúmeras sessões fotográficas e algumas exposições. Através da sua música tem explorado a imagem vídeo com que vai pintando o seu universo musical. Tem um particular gosto pelo ensino e o trabalhar o melhor de cada aluno.
Como aumentar o consumo de hortícolas do seu filho?
sexta-feira, 11 de janeiro de 2019
Este mês o destaque na rubrica "Comer bem... Crescer melhor" vai para os hortícolas, alimentos indispensáveis a uma alimentação saudável em todas as fases da vida. São ricos do ponto de vista nutricional, apresentando um vasto leque de vitaminas, minerais e compostos bioativos, sendo ainda boas fontes de fibra e água. Para além disso, apresentam um baixo valor calórico. Por estes motivos, o seu consumo está associado a uma redução do risco de desenvolvimento de doença cardiovascular, ganho de peso excessivo e diabetes tipo 2, assim como a uma boa função intestinal.
A Organização Mundial de Saúde recomenda um consumo de, pelo menos, 400g de fruta e produtos hortícolas por dia (o que equivale a 5 ou mais porções diárias). Para atingir estas recomendações, é importante a presença de sopa em ambas as refeições, não esquecendo a inclusão dos hortícolas no prato. Apesar destes hábitos serem cruciais para assegurar um bom crescimento e desenvolvimento em idade pediátrica e prevenção de doenças futuras, segundo o último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, cerca de 69% das crianças portuguesas não cumpre esta recomendação.
De facto, a recusa alimentar, particularmente no que toca ao consumo de vegetais, é frequente em idade pediátrica e constitui um desafio extra para os cuidadores. Segundo a literatura científica, tanto uma postura parental demasiado rígida, como uma postura demasiado permissiva estão associadas a menores consumos de hortícolas por parte das crianças. Desta forma, apresentamos, em seguida, algumas dicas importantes para que se atinja um equilíbrio e seja bem-sucedido na melhoria dos hábitos alimentares do seu filho:
- Dê o exemplo! Na infância, os pais são o grande modelo das crianças, inclusive no que respeita às escolhas alimentares. Se os hortícolas fizerem parte da alimentação dos pais e dos restantes membros do seio familiar, será muito mais fácil promover também o seu consumo por parte dos mais novos;
- Perante a recusa de um determinado alimento, não insista demasiado no momento. É importante evitar que se crie demasiada pressão na criança e um ambiente negativo à volta da refeição. Contudo, volte a tentar mais tarde. Em alguns casos, podem ser necessárias cerca de 15 tentativas (com alguns dias de intervalo) até que determinado alimento seja aceite;
- Não faça uma refeição diferente para a criança. Ao ser demasiado permissivo, a criança sabe que terá sempre outra opção e não se irá empenhar na adaptação a novos sabores e aquisição de novos hábitos alimentares;
- Não ofereça recompensas alimentares para promover o consumo dos alimentos menos apreciados. Ao oferecer, por exemplo, uma sobremesa doce para a criança comer a sopa ou os hortícolas no prato, estará apenas a promover ainda mais o gosto pelo alimento recompensa e a reforçar a relação negativa que o seu filho tem com os hortícolas;
- Pelo contrário, palavras de incentivo e elogios podem ser uma boa ajuda! Pequenos desafios em que são atribuídos pontos ou desenhados smiles ou bolas de cor verde numa grelha semanal/ mensal aquando do consumo de alimentos que são alvo de maior recusa, podem ser também bastante efetivos;
- Se tiver oportunidade, crie uma pequena horta em casa. O facto de a criança acompanhar todo o processo do alimento desde o cultivo até à colheita aumenta o seu conhecimento e interesse pelo mesmo, suscitando uma maior vontade de o provar;
- Envolva o seu filho na compra e preparação dos alimentos. Pode aproveitar também este momento para lhe explicar a importância de determinados alimentos para o seu crescimento e desenvolvimento, incitando-o para o seu consumo;
- Experimente outros métodos de confeção e formas apelativas de apresentar a comida no prato, misturando cores e criando formas com os alimentos;
- Ofereça palitos de cenoura/ pepino ou tomate cereja como snacks (inclusive para os lanches escolares). São formas mais apelativas e práticas de consumir hortícolas, criando um momento adicional de consumo destes alimentos;
- Seja persistente, lembre-se que este é um processo gradual que requer paciência e tempo. A saúde do seu filho vai agradecer!
Maria Inês Cardoso
SOS Ruído
quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
Quando nascemos somos portadores de cerca de 20 mil células ciliadas que vamos perdendo ao longo da vida, pelo processo natural de envelhecimento. Estas células localizam-se na cóclea e funcionam como amplificadores dos sons que recebemos, transformando-os em mensagens nervosas que são transmitidas ao cérebro.
O ruído é um som considerado desagradável ou incómodo ao indivíduo. Expressa-se em decibéis (dB) que é a unidade utilizada para medir a intensidade do som.
Quando o ouvido humano se encontra exposto a sons ruidosos, as células da cóclea necessitam de um elevado nível de energia para fazer frente a essa situação, energia essa de que não despendem habitualmente. Isto conduz a uma perda de rigidez das células, iniciando-se um processo de destruição das mesmas. Este é o primeiro passo para o condicionamento da função e consequentemente para a perda auditiva.
A perda auditiva induzida por ruído (ou PAIR) é a segunda causa mais comum de perda neurossensorial e pode ocorrer tanto a nível ocupacional, como a nível recreativo.
O ruído está presente no nosso dia-a-dia! E se frequentar uma discoteca ou ir a um concerto constituem opções individuais, conviver com o ruído não o deve ser! Situações tão comuns como o tráfego rodoviário, a descolagem de um avião ou a frenagem de um comboio na chegada à estação constituem ruídos de intensidades capazes de ferir, a longo prazo, o ouvido interno e as suas células. Da mesma forma, são inúmeros os ofícios que ocasionam exposição ao ruído intenso ao longo da vida profissional.
A exposição ao ruído pode ser considerada excessiva consoante a intensidade, a duração e a frequência do estímulo a que a pessoa esteja sujeita e pode resultar numa perda auditiva temporária (ou permanente), associada ou não a acufenos (zumbidos), bem como a queixas de hiperacusia (perceção auditiva elevada que pode provocar dor).
A perda auditiva temporária (TTS) consiste numa diminuição temporária da acuidade auditiva resultante da exposição a sons intensos. E pode subsistir entre 24 a 48h até ser atingida a recuperação total.
Se a exposição ao som intenso for mais prolongada pode originar uma perda auditiva permanente (PTS), provocando uma alteração permanente no limiar auditivo e a destruição irreversível das células ciliadas da cóclea.
Esta perda é neurossensorial (irreversível) e quase sempre bilateral e simétrica. Verifica-se, em primeiro lugar, ao nível das células ciliadas externas do ouvido interno, responsáveis pelos sons de alta frequência (3-6kHz) - o que altera a receção de fonemas e o reconhecimento do discurso.
Raramente evolui para uma perda profunda e assim que a exposição sonora termine, deixa de haver progressão. Por norma, o ruído contínuo é mais lesivo que o ruído intermitente.
Os acufenos são outro sintoma associado à exposição a ruídos intensos. Acufeno (ou zumbido) é a perceção de um som, no ouvido ou na cabeça, sem que exista um estímulo externo. Os acufenos induzidos por ruído aumentam com a idade e podem desencadear também distúrbios do sono, depressão, diminuição da capacidade de concentração e comunicação, baixa auto-estima ou estigmatização social.
Para além destes sintomas, algumas pessoas referem ainda hiperacúsia - condição caracterizada por uma maior sensibilidade a certas frequências e volumes de som.
Importa salientar que os efeitos da exposição sonora são cumulativos e por essa razão nem sempre são detetados nos exames audiológicos iniciais.
POPULAÇÃO ESPECIAL: CRIANÇAS E JOVENS
10 a 20% da perda auditiva induzida pelo ruído corresponde à população das crianças e adolescentes. Por ser um público mais vulnerável - nem sempre podem escapar a uma exposição ao ruído ou não estão conscientes dos seus potenciais riscos - é ainda mais preocupante do que nos adultos.
Estudos revelam que, apesar de alguns jovens já terem experienciado sintomas decorrentes de uma exposição a sons excessivos, este facto nem sempre é revelado por não considerarem a perda auditiva uma preocupação.
A exposição ao ruído por parte desta população pode provocar, para além dos sintomas já descritos, alterações ao nível do desenvolvimento, tais como irritabilidade, desempenho cognitivo e distúrbios do sono.
Mp3, iPods e outros leitores de música pessoais: são considerados os grandes responsáveis pela perda auditiva na população mais jovem. Na maioria destes equipamentos, o volume de som oscila entre os 60 e os 120 dB.
94% da população jovem utiliza, hoje em dia, estes dispositivos para ouvir música, sendo que 30% o fazem em volumes exageradamente elevados (principalmente se existir ruído de fundo).
O facto da qualidade de som não se deteriorar em níveis de volume elevados e a autonomia e a capacidade de armazenagem serem cada vez maiores, conduz a tempos de reprodução mais longos. Além disso e ao contrário do que é recomendado, a maioria dos jovens não utilizam os auscultadores fornecidos por estes equipamentos - o que agrava fortemente o impacto.
Os dispositivos mais recentes já dispõem, todavia, de um mecanismo de regulação de volume por forma a limitar os níveis sonoros de saída.
Para além destes sintomas, algumas pessoas referem ainda hiperacúsia - condição caracterizada por uma maior sensibilidade a certas frequências e volumes de som.
Importa salientar que os efeitos da exposição sonora são cumulativos e por essa razão nem sempre são detetados nos exames audiológicos iniciais.
10 a 20% da perda auditiva induzida pelo ruído corresponde à população das crianças e adolescentes. Por ser um público mais vulnerável - nem sempre podem escapar a uma exposição ao ruído ou não estão conscientes dos seus potenciais riscos - é ainda mais preocupante do que nos adultos.
Estudos revelam que, apesar de alguns jovens já terem experienciado sintomas decorrentes de uma exposição a sons excessivos, este facto nem sempre é revelado por não considerarem a perda auditiva uma preocupação.
A exposição ao ruído por parte desta população pode provocar, para além dos sintomas já descritos, alterações ao nível do desenvolvimento, tais como irritabilidade, desempenho cognitivo e distúrbios do sono.
Mp3, iPods e outros leitores de música pessoais: são considerados os grandes responsáveis pela perda auditiva na população mais jovem. Na maioria destes equipamentos, o volume de som oscila entre os 60 e os 120 dB.
94% da população jovem utiliza, hoje em dia, estes dispositivos para ouvir música, sendo que 30% o fazem em volumes exageradamente elevados (principalmente se existir ruído de fundo).
O facto da qualidade de som não se deteriorar em níveis de volume elevados e a autonomia e a capacidade de armazenagem serem cada vez maiores, conduz a tempos de reprodução mais longos. Além disso e ao contrário do que é recomendado, a maioria dos jovens não utilizam os auscultadores fornecidos por estes equipamentos - o que agrava fortemente o impacto.
Os dispositivos mais recentes já dispõem, todavia, de um mecanismo de regulação de volume por forma a limitar os níveis sonoros de saída.
Discoteca: as discotecas consitituem outra fonte sonora, ao nível do entretenimento, onde os jovens potencialmente correm mais riscos de lesões auditivas. Nestes locais, para além do volume sonoro, existe uma forte limitação na dispersão do som (por serem locais normalmente pequenos), assim como a ausência de espaços que permitam um período de descanso ao ruído.
Outra questão recorrente nestes espaços é a frequente necessidade dos jovens em se aproximarem das zonas de saída do som ("em cima" das colunas) - o que agrava o trauma pela proximidade à fonte sonora.
Outra questão recorrente nestes espaços é a frequente necessidade dos jovens em se aproximarem das zonas de saída do som ("em cima" das colunas) - o que agrava o trauma pela proximidade à fonte sonora.
Cinema/ Concertos/ Eventos desportivos: efeitos muito semelhantes aos das discotecas pelo grande aglomerado de pessoas e efeitos sonoros. Poderemos, contudo, beneficiar de zonas mais espaçosas e ambientes ao ar livre que facilitem a dispersão do som. Nestas situações podem atingir-se 100 a 110 dB.
Os jovens de sexo masculino estão mais expostos a estes comportamentos de risco em virtude da sua apetência por maior quantidade de atividades de lazer.
Outras causas: os brinquedos para crianças são fontes de ruído mais recentemente reconhecidas e das quais não se esperaria uma preponderância tão grande naquilo que é a perda auditiva.
O ruído das incubadoras e das unidades de cuidados intensivos neonatais podem também atingir níveis potencialmente cocleotóxicos, condicionando prematuros ou grandes prematuros durante o normal desenvolvimento e maturação do seu sistema auditivo. Ainda assim e principalmente neste último caso, deve ponderar-se a relação prejuízo/ benefício.
Os jovens de sexo masculino estão mais expostos a estes comportamentos de risco em virtude da sua apetência por maior quantidade de atividades de lazer.
Outras causas: os brinquedos para crianças são fontes de ruído mais recentemente reconhecidas e das quais não se esperaria uma preponderância tão grande naquilo que é a perda auditiva.
O ruído das incubadoras e das unidades de cuidados intensivos neonatais podem também atingir níveis potencialmente cocleotóxicos, condicionando prematuros ou grandes prematuros durante o normal desenvolvimento e maturação do seu sistema auditivo. Ainda assim e principalmente neste último caso, deve ponderar-se a relação prejuízo/ benefício.
FORMAS DE PREVENÇÃO:
- Evitando exposições prolongadas a sons intensos/ limitando a utilização diária de dispositivos com volumes excessivos;
- Utilizando protetores auriculares (em concertos, festivais, discotecas, mas também em profissões que incluam exposição a sons traumáticos);
- Educação a nível escolar - falando da perda auditiva nas escolas através de campanhas de sensibilização e introduzindo exames auditivos anuais nas escolas;
- Melhorando hábitos alimentares - impacto benéfico ao nível da circulação sanguínea (redução do colesterol e prevenção de diabetes) e consequentemente na irrigação do ouvido interno;
- Escolhendo corretamente os auscultadores.
Como escolher auscultadores seguros? (Listen: the World of Widex.2014)
- Conforto - é possível que passe muito tempo com eles e ao ter a certeza de que servem confortavelmente, vai também reduzir a necessidade de volumes excessivos devido a um selo acústico pobre;
- Qualidade de áudio - quanto melhor for a qualidade de áudio mais irá gostar deles. Também não vai precisar de aumentar o volume para ouvir detalhes;
- Utilização prevista - certifique-se que os auscultadores são bons para o uso que lhes pretende dar - desporto, música ou jogos.
A perda auditiva, induzida pelo ruído, é 100% prevenível!
Inês Martins
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