O desfralde
quinta-feira, 28 de junho de 2018
O desfralde, como tão vulgarmente é chamado, é uma das grandes conquistas da criança. Neste momento, ela começa a perceber as suas capacidades para controlar o seu corpo. No entanto, este grande momento é muitas vezes vivido com stress pela criança e pelos seus Pais. Não há motivos para tal. Acreditem! Tal como a introdução de novos alimentos, este é um momento que deve ser vivido com descontração. É uma dança e teremos que saber dançar a música que a criança tocar.
O que quero eu dizer com isto?
Quero dizer que, embora o desfralde se possa iniciar por volta dos 2 anos de idade, este não é um momento rígido, pelo que poderá ter início antes (por volta dos 18 meses) ou muito depois dos 2 anos (por volta dos 36 meses).
O que influencia ou determina o início?
A maturidade e preparação da criança. Assim, é importante perceber se chegou o momento para iniciar este desafio.
Como se percebe isso?
A criança está preparada se:
- tem um local específico onde vai fazer cocó, mesmo com fralda. (Por exemplo, algumas crianças escondem-se atrás do sofá sempre que querem fazer cocó.) O que quer dizer que consegue esperar pelo momento certo;
- indica que vai fazer xixi ou cocó, apontando para a fralda e/ ou verbalizando;
- tem uma adequada coordenação física, deslocando-se bem e sabe baixar as calças e sentar-se na sanita ou bacio.
Um dos aspetos a ter em conta é não forçar o desfralde, uma vez que ao tornar este momento numa imposição as birras e discussões tendem a acontecer.
Por norma, as crianças deixam primeiro a fralda durante o dia, necessitando da mesma para o período da sesta e para o período noturno. Em seguida deixam de necessitar na hora da sesta e por último, por volta dos 36 meses (por norma), conseguem deixar de usar fralda em qualquer momento do dia.
A melhor altura do ano para se iniciar o treino é no verão.
Como fazer o treino com o seu filho?
Existem muitas formas de o iniciar, mas deixamos aqui algumas dicas para que possa experimentar se resultam.
- Tentar que também iniciem na creche, para que possam dar continuidade ao que fazem em casa (e vice-versa);
- Colocar o seu filho no bacio após as refeições e sempre que ele manifestar vontade;
- Pode tornar este momento divertido oferecendo-lhe um livro para ver as imagens, contando-lhe uma história ou deixando que ele brinque com um dos seus brinquedos preferidos;
- Questionar com regularidade (30/ 30 ou de 60/ 60 minutos) se tem vontade de ir à casa-de-banho;
- Não oferecer líquidos umas horas antes de ir para a cama;
- Colocar resguardos impermeáveis na cama;
- Pôr o despertador a meio da noite para levar o seu filho à casa-de-banho;
- Usar irmãos, primos e até mesmo os Pais como exemplo. Deixar o seu filho ver-vos sentados na sanita. As crianças agem de acordo com o exemplo que têm.
Quais os problemas que podem ocorrer?
Durante este processo de aprendizagem e treino dos esfíncteres, o seu filho poderá ter avanços e recuos. Uns dias correrão muito bem e noutros os acidentes vão acontecer. Em nenhum momento deve culpabilizar, envergonhar ou discutir com a criança. Haja com naturalidade. Nos momentos em que tudo correr bem elogie-o e mostre-se feliz. Isto irá encorajá-lo durante este processo.
Poderá também deixar de fazer cocó tantas vezes quantas fazia antes ou recusar-se a ir ao bacio ou sanita. Deverá ser muito paciente, conversar e tranquiliza-lo relativamente ao que o preocupa.
Há crianças que não gostam do bacio e por isso poderá usar um redutor na sanita. Pode ser que o facto de usar a sanita, como acontece com a restante família, seja um fator motivacional para este período.
É importante ter em atenção que, especialmente os meninos podem não conseguir ficar sem fralda durante a noite até aos 5 anos. Isto porque a maturação renal nos meninos acontece ligeiramente mais tarde que nas meninas.
Após isto, resta-me dizer que não há duas crianças iguais e, por isso, os seus tempos são também eles diferentes.
Encare cada treino e cada aprendizagem como uma dança e por isso, tal como referi acima, dance a música que o seu filho tocar, mas dance tranquilamente e com flexibilidade. Só dessa forma ele irá perceber que se não acertar à primeira está tudo bem na mesma e ninguém ficará triste. A confiança e o apoio dos Pais são dois aspetos muito importantes para um desenvolvimento saudável do seu filho.
O Pai, a Mãe e Eu
Cáries
quarta-feira, 20 de junho de 2018
A cárie é uma doença que destrói os dentes, através da conjugação de diversos fatores. De uma forma muito descomplicada é necessária a presença de micro-organismos cariogénicos, capazes de processar os hidratos de carbono dos alimentos, gerando um ambiente acídico. Esse baixo pH remove o mineral do tecido dentário causando uma cavidade a que se chama lesão de cárie. Uma vez que não é possível remover definitivamente, da cavidade oral, os micro-organismos cariogénicos a única forma de prevenir o aparecimento de lesões é não alimentar os micro-organismos, ou seja impedir que os restos alimentares estejam em contacto com os dentes durante muito tempo. Para tal é necessário higienizar corretamente pelo menos de 12 em 12h (de manhã e à noite). Por outro lado, é também necessário que sempre que existe uma maior ingestão de hidratos de carbono, particularmente de açúcares, a higiene oral seja feita o mais brevemente possível.
Como o processo carioso se desenvolve gradualmente há indícios que podem ser úteis para detetar e parar o desenvolvimento de uma lesão. É possível, nas fases iniciais, quando ainda não existe cavidade, parar o processo e mesmo revertê-lo, através da remineralização. Esses indícios são manchas brancas que são facilmente identificadas pelo médico dentista, que poderá aconselhar no sentido de controlar e impedir a progressão da doença.
No caso da lesão de cárie ter avançado a um nível em que já tenha formado cavidade, a única forma de impedir a progressão é removendo o tecido dentário, que está desmineralizado e colocando um material que substitui esse tecido e impede o acesso dos micro-organismos ao interior da lesão. Essa é a forma que o médico dentista tem de parar a lesão, mas não cura a doença.
A única forma de manter os dentes saudáveis é impedir que se forme a primeira cavidade, o que só acontece com a prevenção e controlo da doença. A prevenção pode ser feita em casa com uma boa higiene oral e cuidado com a alimentação, mas também é feita no consultório com a aplicação de selantes dentários e ensinamentos de escovagem.
Sofia Arantes e Oliveira
Seguimento do bebé prematuro - Um olhar psicológico
quarta-feira, 13 de junho de 2018
Não é linear falar de prematuridade e não podemos dizer que um nascimento prematuro se transforme necessariamente numa vulnerabilidade do desenvolvimento. É certo que a prematuridade representa um risco, na medida em que quanto mais imaturo e menor peso o bebé apresentar ao nascer, maior risco de comprometimento no desenvolvimento das suas competências. Este risco é igualmente extensível para os pais/ família, pois nunca ninguém está preparado para os constantes desafios e exigências de um bebé que nasce prematuro.
Hoje em dia existe uma multiplicidade de estudos e informações sobre as possíveis consequências da prematuridade, nomeadamente sobre o risco de alterações do neurodesenvolvimento. Alguns estudos focam-se nos aspetos motores e cognitivos, outros no comportamento e desenvolvimento emocional da criança e ainda outros na família do bebé prematuro e o contexto relacional (interação, ansiedade/ depressão parental, etc.).
Mas, será que existe um desenvolvimento ideal para uma criança prematura/ família? Difícil de responder, na medida em que o desenvolvimento é um processo contínuo que é determinado por vários fatores que vão desde o biológico ao social. Assim sendo, quando falamos do desenvolvimento de um bebé prematuro, devemos considerá-lo de uma forma abrangente tendo sempre em atenção: o impacto biológico da prematuridade, o comportamento/ emoções e temperamento da criança e, não menos importantes, a dinâmica relacional e o impacto ambiental.
Neste sentido, dada a multiplicidade dos aspetos que precisam ser olhados e que obrigam a intervenções específicas, existe a necessidade de acompanhamento destes bebés e famílias em programas de follow-up multiprofissionais. São fundamentais porque permitem atuar de uma forma preventiva no apoio ao crescimento e desenvolvimento da criança e na capacitação parental.
O seguimento psicológico dos bebés prematuros e suas famílias
O seguimento psicológico dos bebés prematuros e suas famílias deve fazer parte da responsabilidade dos profissionais que trabalham nesta área e organiza-se em estreita colaboração com a equipa pediátrica que acompanha o bebé. Uma avaliação mais específica e um diagnóstico do desenvolvimento por meio de testes específicos permite, em conjunção com a equipa pediátrica, uma orientação para as várias especialidades e consequente intervenção.
Como avaliar?
Um aspeto importante no acompanhamento das crianças prematuras é o uso da idade corrigida. Esta traduz a necessidade de ajustar a idade cronológica em função do tempo de prematuridade e é utilizada até aos 2/ 3 anos. A idade corrigida permite-nos situar a criança no seu tempo real de desenvolvimento, tendo em conta o seu ritmo de maturação.
A avaliação psicológica no apoio ao desenvolvimento inicia-se pela recolha da história clínica, a observação da criança/ família e uma avaliação formal do desenvolvimento com testes específicos, da exclusividade do psicólogo. Estes testes específicos permitem aceder a um diagnóstico do desenvolvimento, proporcionando informação normativa sobre as várias habilidades, a aquisição de marcos do desenvolvimento e a identificação de áreas com maiores dificuldades. De um modo geral, este seguimento organiza-se em períodos definidos de acordo com o protocolo nacional de observação/ avaliação de todas as crianças que nasceram com peso inferior a 1500g. É realizada em períodos específicos (18 meses, 24 meses, 30 meses e 4/ 6 anos), embora sempre que haja alguma preocupação por parte da equipa médica, a intervenção é antecipada.
Este acompanhamento ao desenvolvimento deverá sempre incluir as necessidades, preocupações e expetativas dos pais face ao bebé/ criança e ao próprio processo de avaliação. A prematuridade é um desafio para os pais, que teve início logo após o bebé nascer. A ansiedade e preocupação sentida ao longo do internamento mantém-se, na maior parte das vezes, após a alta da criança, por vezes durante bastante tempo. A percepção de vulnerabilidade que têm da criança é uma constante e a necessidade de vigilância multidisciplinar por parte das várias especialidade sustém essa mesma perceção.
Por outro lado, se os bebés são todos diferentes, os bebés prematuros sobretudo nos primeiros tempos, ainda o são mais. São diferentes no crescimento, mas também o são na clareza dos sinais com os quais manifestam o seu estado, na reatividade aos estímulos, na capacidade de se apaziguarem a si próprios e nas suas capacidades sensoriais. Para além das diferenças individuais inerentes ao "ser bebé", estas características comportamentais desempenham um papel importante na forma como os pais irão lidar e interagir com o seu bebé.
O próprio desenvolvimento com um ritmo mais lento nos primeiros anos, deixa por vezes os pais mais ansiosos, numa preocupação constante, sentindo muitas vezes a necessidade de os comparar com crianças de termo.
Quero com is dizer que os pais têm que ser apoiados, sem fórmulas ou estereótipos, a conhecerem as características do seu bebé/ criança, que é único e individual. O seguimento em consulta de psicologia deverá sempre integrar, não só a avaliação do desenvolvimento, mas igualmente o contexto relacional (preocupações, expetativas, perceções e comportamentos dos pais).
Um olhar especial deve ser dado aos 3 primeiros anos, dado ser um período de uma enorme evolução nas mais variadas áreas: motricidade, linguagem, cognitiva e pessoal-social.
Pais e profissionais devem estar atentos a alguns sinais:
Por outro lado, se os bebés são todos diferentes, os bebés prematuros sobretudo nos primeiros tempos, ainda o são mais. São diferentes no crescimento, mas também o são na clareza dos sinais com os quais manifestam o seu estado, na reatividade aos estímulos, na capacidade de se apaziguarem a si próprios e nas suas capacidades sensoriais. Para além das diferenças individuais inerentes ao "ser bebé", estas características comportamentais desempenham um papel importante na forma como os pais irão lidar e interagir com o seu bebé.
O próprio desenvolvimento com um ritmo mais lento nos primeiros anos, deixa por vezes os pais mais ansiosos, numa preocupação constante, sentindo muitas vezes a necessidade de os comparar com crianças de termo.
Quero com is dizer que os pais têm que ser apoiados, sem fórmulas ou estereótipos, a conhecerem as características do seu bebé/ criança, que é único e individual. O seguimento em consulta de psicologia deverá sempre integrar, não só a avaliação do desenvolvimento, mas igualmente o contexto relacional (preocupações, expetativas, perceções e comportamentos dos pais).
Um olhar especial deve ser dado aos 3 primeiros anos, dado ser um período de uma enorme evolução nas mais variadas áreas: motricidade, linguagem, cognitiva e pessoal-social.
Pais e profissionais devem estar atentos a alguns sinais:
- choro excessivo;
- agitação/ impulsividade excessiva;
- apatia e pouco interesse por interagir;
- dificuldade no consolo;
- atraso na aquisição da linguagem;
- dispersão acentuada;
- problemas de sono;
- problemas de alimentação;
- angústia exagerada e persistente perante estranhos;
- pouco interesse nas aquisições sociais e por participar em brincadeiras;
- aquisições motoras grossas e finas, coordenação e planeamento motor com dificuldades.
Em conclusão, o seguimento de uma criança prematura e família engloba um olhar multifacetado, dado vários serem os aspetos que precisam ser avaliados e que exigem uma intervenção específica precoce. Há necessidade de uma equipa multiprofissional que apoie o pediatra, com a participação de várias especialidades. É nesta participação que a psicologia se integra, estabelecendo a ligação entre neurobiológico e o desenvolvimento psicoafetivo e relacional da criança. Cada criança/ família são únicas e a prematuridade, não isenta dos seus riscos, não deve funcionar como uma etiqueta para a individualidade da própria criança e sua família.
Lília Brito
Vómitos e regurgitação
quarta-feira, 6 de junho de 2018
O vómito consiste num reflexo coordenado em que se verifica uma contração do diafragma (músculo que separa os órgãos que estão no peito, dos órgãos que estão na barriga), que desce, a par da contração do cárdia (orifício que faz comunicar o esófago com o estômago) e consequentemente há a passagem do conteúdo gástrico para o esófago e deste para a boca. Surge habitualmente cerca de 45 minutos a 1 hora após as refeições.
Embora inúmeras, o quadro 1 enuncia as principais causas.
Quadro 1 - Principais causas dos vómitos
As causas mais frequentes são sem dúvida as infeciosas, quer entéricas, quer não entéricas. Mais uma vez os vírus têm um papel preponderante, sendo dentro das causas infeciosas os mais frequentes. De entre os vírus mais frequentes destacam-se os enterovírus, rotavírus, adenovírus, astrovirus, calicivirus, entre outros.
Os vómitos podem ser precedidos por náuseas e aumento da salivação. Por norma fazem-se acompanhar de febre, diarreia e irritabilidade, sobretudo nos quadros infeciosos.
A clínica é inespecífica e, tal como nas situações de diarreia, deve ser dada uma especial atenção aos sinais e sintomas de desidratação.
O quadro 2 enuncia alguns dos sinais e sintomas de desidratação.
Quadro 2 - Sinais de desidratação
Terapêutica:
- Pausa de 30 minutos após o vómito;
- Iniciar re-hidratação oral com líquidos açucarados (se necessário pode recorrer-se a soro de re-hidratação que são preparadas e comercializadas no mercado) de forma lenta e progressiva;
- Evitar alimentos sólidos.
A criança deve ser observada pelo médico se:
- Vómitos biliosos (amarelos/ esverdeados);
- Vómitos recorrentes;
- Vómitos incoercíveis persistentes com mais de 2h de evolução e/ ou intermitentes há mais de 24h;
- Vómitos com sangue;
- Dor abdominal persistente com mais de 2h de evolução;
- Distensão abdominal súbita;
- Diarreia com muco, sangue e/ ou pús;
- Suspeita de intoxicação;
- História de traumatismo craniano ou abdominal;
- Alterações do comportamento;
- Irritabilidade mantida;
- Sonolência, prostração marcada;
- Disúria (dificuldade/ dor a urinar) ou polaquiúria (necessidade frequente de urinar);
- Sangue na urina (ou urina com coloração tipo "coca-cola");
- Otalgia (dor no ouvido) ou odinofagia marcada (dor a engolir);
- Desidratação (sinais e sintomas referidos antes).
Os vómitos não devem ser confundidos com a regurgitação, situação muito frequente e que se caracteriza pela saída de pequenas quantidades de alimento (mais frequentemente leite) durante ou imediatamente após a refeição, tipicamente sem esforço e acompanhada de eructações (arrotos).
A regurgitação é o resultado do relaxamento exagerado do esfíncter cárdia que permite que os alimentos que estão no estômago passem para o esófago e deste para a boca. Tende a ocorrer cerca de 30 a 45 minutos após as refeições e ocorre sem esforço.
O diagnóstico de regurgitação faz-se habitualmente antes dos 6 meses de idade, ocasião em que efetivamente tende a desaparecer.
A regurgitação, dentro de certos limites, pode ser considerada normal, sobretudo nos primeiros meses de vida (sem repercussão no desenvolvimento estato-ponderal da criança).
Terapêutica:
- Excluir excesso de aporte alimentar;
- Excluir erros na confeção dos alimentos e preparação do leite;
- Administração de leites anti-refluxo ou utilização de espessantes;
- Refeições frequentes e em pequenas quantidades;
- Elevação da cabeceira entre os 30º a 45º;
- Eventualmente usar pró-cinéticos (medicação que faz acelerar os movimentos do aparelho digestivo, favorecendo o esvaziamento do estômago), segundo indicação médica específica.
A criança deve ser observada pelo médico se ocorrer um compromisso do seu desenvolvimento estato-ponderal e/ ou existir uma doença crónica/ recorrente de base.
Algumas crianças desencadeiam o vómito aquando a administração de alguns medicamentos, sendo os mais frequentes os antibióticos.
Por outro lado, o vómito pode ser desencadeado voluntariamente pela criança numa situação de contrariedade quer na escola quer em casa. Embora sejam mais frequentemente relatadas em casa, devem ser rapidamente identificadas, uma vez que a sua persistência e frequência tende a agravar-se.
Numa fase inicial não há qualquer repercussão no desenvolvimento estato-ponderal da criança, mas a sua persistência pode levar a isso. Quanto mais precocemente houver intervenção no sentido de se instituir estratégias na mudança de comportamentos (como lidar com a birra ou com a frustração da contrariedade), mais rapidamente esta situação tende a reverter sem qualquer tipo de sequela.
Alexandra da Silva Couto
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