É vulgar dizer-se que um bebé, quando começa a "babar-se" (salivar) muito, tem os dentes prestes a nascer. Mas, se o seu bebé tem menos de 6 meses, a causa não será essa.
Faz parte do normal desenvolvimento da criança, esta começar a salivar em grande quantidade, entre os 2 e os 4 meses. É nesta altura que as glândulas salivares (glândulas que estão na boca e que produzem saliva) iniciam a sua produção de saliva. Contudo, este amadurecimento não é acompanhado pelo desenvolvimento muscular da boca e garganta (orofaringe), o que faz com que a criança não consiga deglutir a maior parte da saliva que é produzida. Esta situação poderá durar até após os 12 meses. Note-se que, principalmente na fase adulta, as glândulas salivares produzem, por dia, perto de 1 a 2L de saliva.
Parece-nos importante salientar que a saliva desempenha um importante papel na saúde oral e na digestão. Ela lubrifica e humedece os alimentos, facilitando a mastigação e deglutição. Ajuda também, através dos seus componentes, a iniciar a digestão. Para além disso, ao humedecer a boca, permite controlar o crescimento de bactérias, diminuindo a probabilidade de aparecerem cáries.
Mas, o que poderá fazer para evitar que o seu filho permaneça molhado devido à baba?
Com o aumento da saliva, a criança passa a ter o rosto e pescoço molhados. Se não for frequentemente limpo, a pele poderá macerar e levra a infeções provocadas por fungos. Desta forma deve:
- colocar um babete na criança e mudá-lo com regularidade;
- secar, com frequência, a cara e pescoço, para que estas zonas não fiquem molhadas durante muito tempo;
- caso a pele do pescoço comece a ficar avermelhada, pode colocar uma camada muito fina sa pomada que utiliza no rabinho;
- vigiar sinais de agravamento e consultar a enfermeira/ médica de família/ pediatra, caso perceba que não há melhoras nos sinais da pele.
Não obstante, também é verdade que, quando os dentes começam a nascer, a salivação pode acontecer de forma acentuada, devido ao desconforto gerado pelo rompimento da gengiva.
Esta situação, por norma, ocorre a partir dos 6 meses. Pode verificar que o seu bebé fica muito incomodado, as gengivas estão inchadas e vermelhas e a criança tende a levar tudo à boca e "raspar" as gengivas.
Assim, aconselhamos:
- ofereça um mordedor, alguns dos quais têm gel que deve refrigerar (no frigorífico ou congelador) antes de oferecer à criança, já que isso irá proporcionar alívio do desconforto, por diminuição da inflamação;
- pode utilizar uma compressa embebida em água fresca e aplicar nas gengivas da criança;
- utilizar algum produto natural, adquirido na Farmácia e que proporcione alívio do desconforto.
O nascimento dos dentes provoca algum desconforto adicional na criança?
É frequente os pais associarem a diarreia ou outros sintomas gastrointestinais, ao nascimento dos dentes. No entanto, esta relação não é causa efeito. O que poderá acontecer é uma diminuição da imunidade e, como as crianças passam a estar mais sensíveis, levar a que adoeçam mais facilmente.
Caso haja alguma alteração, procurem o apoio do profissional de saúde que vos tem acompanhado.
Quando os dentes rompem, há algum cuidado a ter?
Sim! Quando os dentes começarem a romper, deve ter o cuidado de lavar os dentinhos pelo menos 2 vezes ao dia, sendo que uma das vezes deve, obrigatoriamente, ser ao deitar.
Para a higiene dos dentes, poderá utilizar inicialmente uma dedeira ou compressa. Mas poderá adquirir uma escova com cerdas macias e utilizar pasta de dentes para crianças (com flúor na quantidade de 1000 a 1500 ppm).
Quando deverá ser feita a primeira visita ao dentista?
A primeira visita deverá ser feita assim que o primeiro dente romper, ou seja, a partir dos 6 meses. Pode parecer-vos estranho, mas nesta altura o dentista colherá os dados da vossa história ao nível da saúde oral e identificará o risco para a criança. Quanto mais cedo esta avaliação for feita, com maior antecedência se inicia a prevenção de cáries. Para além disso, vai permitir à criança familiarizar-se com o dentista e toda a parafernália existente no consultório, levando a menos momentos de ansiedade, no futuro. Em todo o caso, poderão ler sobre esta questão no artigo publicado no nosso blogue.
o pai, a mãe e eu
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