As alergias alimentares são atualmente um problema crescente a nível mundial. 

Gostaríamos de perceber e de dar a conhecer de que forma este problema tem impacto no dia-a-dia das famílias que por ele são afetadas. 


1- A sua filha é alérgica a que alimento?

Ela é alérgica a bacalhau, marisco, especiarias, conservas, enlatados, frutas tropicais, chás,...


2- Existe alguém na família com história de alergia alimentar?

Que eu tenha conhecimento, não existe ninguém com alergias. 


3- Quando e como descobriu que a sua filha era alérgica a todos esses alimentos?

Descobri quando introduzi os alimentos aos 4 meses. Foi uma experiência complicada, porque começou a vomitar e o corpo ficou cheio de borbulhas. 


4- O que teve de mudar no seu dia-a-dia? A família também mudou os seus hábitos alimentares?

Mudou tudo quando se soube que a L. era alérgica. Mudámos a alimentação de toda a família para não corrermos riscos. Para os irmãos, esta mudança foi complicada até conseguirem habituar-se. 


5- Como foi educar a sua filha para conviver com este problema? Foi fácil para ela perceber que não podia comer grande parte das coisas que todos os outros podem? Aceitou bem não poder aceitar comida, por exemplo, na escola ou em festas de aniversários dos amigos?

A L. aprendeu a lidar com a situação bastante rápido. Hoje tem 11 anos e sabe bem o que pode e não pode comer. Alguns colegas acham a L. estranha em relação à alimentação. 


6- Quais as principais limitações que sente? Como é, por exemplo, organizar uma viagem ou um fim-de-semana em família? 

A limitação é mesmo a leitura dos rótulos... todos tivemos de aprender. Relativamente a eventos, tentamos não organizar, nem frequentar casamentos e batizados. Quando fazemos uma viagem a cinco, procuro sempre levar a alimentação dela. 


7- Acha que o país e a sociedade em geral estão preparados para conviver com este tipo de problemas? Da sua experiência, as pessoas percebem as restrições ou muitas vezes associam a caprichos?

Não, não estão preparados. Consideram que este tipo de restrições alimentares não passam de mimos, caprichos, onde uma boa palmada podia resolver. 


8- Recebe algum tipo de apoio financeiro, visto ter gastos superiores na alimentação da sua filha?

Sim, recebo abono complementar. para isso foi necessário o médico fazer prova do problema da L. 


9- Teve alguma formação de como agir, caso a sua filha sofra uma reação anafilática (reação alérgica exacerbada, com compromisso respiratório)?

Não. Quando o corpo reage de maneira diferente, como já aconteceu começar a inchar de forma exuberante, dirijo-me ao hospital mais próximo. 


10- O que acha que poderia facilitar o seu dia-a-dia com a sua filha?

Parece-me que o que poderia facilitar era a formação como atuar em caso de reação exacerbada.