A diabetes é uma doença metabólica crónica caracterizada por valores elevados de glicose (açúcar) no sangue. Existem vários tipos, sendo a diabetes tipo I a mais frequente em crianças e jovens. Em Portugal, no ano de 2015 (ano onde constam os dados mais recentes publicados) atingia 3327 crianças compreendendo as idades entre os 0 e os 19 anos. Neste mesmo ano foram detetados 13,3 novos casos por 100 000 jovens com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos. 

Quando comemos, a glicose entra no nosso organismo, sendo a principal fonte de energia. A insulina (hormona produzida no pâncreas) é libertada após comermos, permitindo que o nosso corpo utilize a glicose na quantidade certa. No caso da diabetes tipo I, o que acontece é que o pâncreas não é capaz de produzir ou produz pouca insulina, existindo destruição das células responsáveis. As causas não são ainda conhecidas na sua totalidade. 




É importante vigiar os valores de glicémia (nível de açúcar no sangue), sendo o principal objetivo a sua manutenção dentros dos valores pretendidos (de acordo com a indicação médica). Quando existe uma descida grande da glicose no sangue dá-se o nome de hipoglicémia (valor igual ou inferior a 70mg/ dL). Esta pode manifestar-se através de vários sintomas: 
  • palidez;
  • suores;
  • tremores;
  • tonturas;
  • cansaço;
  • visão turva;
  • fome súbita;
  • mudança brusca de humor;
  • ...
Quando, por outro lado, os valores de glicose no sangue permanecem altos designa-se hiperglicémia, podendo manifestar-se através de:
  • fome;
  • sede;
  • tonturas;
  • cansaço;
  • urinar mais vezes; 
  • respiração mais rápida;
  • ...
Há sintomas que podem existir em ambas as situações. Os mencionados podem ser um alerta para o surgimento de uma Diabetes Mellitus tipo I, existindo também uma provável perda de peso. 

O tratamento da Diabetes Mellitus tipo I assenta em três pilares fundamentais: alimentação, insulina e exercício físico

No que diz respeito à alimentação, esta deve ser saudável, equilibrada e variada (como a de qualquer outra pessoa). É importante:
  • comer várias vezes ao dia (fazendo 5 a 6 refeições diárias);
  • preferir os grelhados, cozidos, estufados e assados, com pouca gordura (evitando os fritos);
  • reduzir a ingestão de sal e gordura;
  • aumentar a ingestão de fibras e contabilizar os hidratos de carbono.
A ingestão de fibras permite diminuir a glicémia após as refeições, reduzir os níveis de colesterol, aumentar a saciedade e ajudar ao bom funcionamento dos intestinos. Este aumento da ingestão pode ser conseguido através do consumo diário de frutas, hortaliças e legumes e inclusão de alimentos ricos em fibras na refeição, como é o caso do pão de mistura ou centeio, lentilhas, aveia, ervilhas, grão, entre outros. 




A contabilização dos hidratos de carbono é, de facto, uma rotina que passa a fazer parte do dia-a-dia de uma criança com Diabetes Mellitus tipo I, sendo de extrema importância. Os hidratos de carbono dividem-se em complexos (lentos) e simples (rápidos). Os primeiros levam mais tempo a serem digeridos e absorvidos, deixando o nosso corpo satisfeito por mais tempo. São exemplo o pão, massas, arroz, batata, ervilhas, grão... Os simples ou de absorção rápida são rapidamente digeridos e absorvidos pelo corpo. É o caso da fruta, que é um hidrato de carbono de absorção rápida mais saudável. Outros alimentos (como os doces, bolos, refrigerantes, ...) menos saudáveis têm um nível de açúcar muito elevado e muito pouco de outros nutrientes importantes. 


Para contabilizar os hidratos de carbono é essencial saber que  porção equivale a cerca de 
g de hidratos de carbono. Com esta informação e estando atento aos rótulos dos produtos (verificando a quantidade de hidratos de carbono que contém) podem realizar-se os cálculos das porções de hidratos de carbono que irão ser consumidas. 



O Pai, a Mãe e Eu