A dermatite ou eritema da fralda traduz-se por uma situação inflamatória da área que se encontra coberta pela fralda. Denomina-se como dermatite da fralda as manchas eritematosas (avermelhadas) que poderão significar:
  • uma reação provocada pelo uso da fralda (Dermatite primária);
  • uma inflamação provocada por fungos, devido ao facto daquela zona permanecer húmida. 
A dermatite da fralda primária é a que ocorre com maior frequência, principalmente na 1ª infância, nos países desenvolvidos e é uma das razões de maior desconforto para as crianças. Estima-se que atinja cerca de 25 a 65% das crianças, sendo mais frequente entre os 6 e os 12 meses de vida. Algumas crianças parecem ser mais suscetíveis ao seu aparecimento, pelo que poderá ser o primeiro sinal de alguma predisposição para problemas da pele crónicos (por exemplo, a dermatite atópica). 



Quais os fatores de risco para o aparecimento da dermatite da fralda?
  • Fraldas: apesar de este produto ter vindo a ser melhorado ao longo do tempo, a fralda ideal (com boa capacidade de conter água, permitir um bom arejamento e que mude a cor imediatamente após a criança urinar) ainda não existe;
  • Fezes/ urina: o facto da urina e as fezes poderem ser mais ácidas, a exposição prolongada da pele a estes poderá levar a um agravamento da pele já fragilizada ou até mesmo torná-la mais frágil/ irritada.
  • Fricção: os movimentos da criança promovem o "roçar" da fralda na pele, o que poderá levar a algumas alterações, embora não seja este um fator muito importante.
  • Hidratação: o ambiente húmido da fralda predispõe o aparecimento de lesões da pele, já que os fungos se desenvolvem em ambientes húmidos.
  • Temperatura: o aumento da temperatura daquela zona protegida pela fralda, juntamente com o fator acima descrito (Hidratação) leva a que se crie o ambiente favorável ao desenvolvimento dos fungos e consequente inflamação.
  • Irritantes químicos: por vezes, alguns dos produtos que se aplicam na pele do bebé têm componentes que, por si só, são irritantes para a pele, promovendo a sua lesão.
  • Microorganismos: há bactérias que se desenvolvem nas lesões já existentes e não tratadas, provocando o seu agravamento.


Que aspeto têm as lesões da Dermatite?

Normalmente é uma lesão vermelha brilhante, que varia de intensidade ao longo do tempo. Pode ter também pápulas (borbulhas avermelhadas) associadas a um discreto inchaço e leve descamação da pele (a pele começa a "cair" na zona afetada), atingindo mais a região de maior contacto com a fralda. Em situações mais avançadas das lesões, a pele pode tornar-se enrugada. 

Em crianças com menos de 4 meses de vida, a primeira manifestação pode ser um ligeiro eritema (vermelhidão) a nível do rabinho.


Quais as zonas mais afetadas?

As pregas (virilhas) são geralmente poupadas e os locais mais afetados são as nádegas, coxas, parte inferior do abdómen e os genitais. 


Como se pode prevenir e tratar a dermatite da fralda?

As medidas de prevenção e tratamento têm como objetivos:
  • Manter a área da fralda o mais seca possível;
  • Limitar a acumulação de urina e fezes e as sua ação na pele;
  • Evitar a irritação e o seu agravamento;
  • Manter, sempre que possível, um pH ácido da pele.
Para prevenir são fundamentais os seguintes aspetos:
  • Frequência da mudança das fraldas (deve ser mudada, sempre que possível, após a criança urinar ou evacuar);
  • Vigiar o rabinho do bebé, de forma a despistar alterações da pele;
  • Higiene do rabinho: deve ser realizada com água morna e algodão (ou outro de textura macia), sem recorrer a sabonetes. Quando estes são utilizados, não devem ser mais do que 2 vezes ao dia. Devem ser evitados toalhetes de limpeza (porque a maioria contém álcool na sua composição e outros produtos irritativos para a pele frágil do bebé) e restringir a sua utilização a situações especiais (exemplo, saída de casa para consultas ou algum passeio);
  • Apenas se devem aplicar pomadas caso se verifique eritema. Em caso de pele íntegra (sem qualquer tipo de lesões), não há necessidade de se aplicarem pomadas. 
Para o tratamento das lesões é importante ter em conta que, se o eritema não desaparece com as pomadas habituais, deve consultar um profissional de saúde (Enfermeira e/ ou Médica) de forma a que sejam aconselhados outros produtos que apenas poderão ser prescritos por estes profissionais, após avaliação da pele do bebé. É muito importante uma identificação precoce desta alteração e a manutenção das medidas gerais destacadas para a controlar, tal como recorrer a um profissional de saúde de forma a prevenir uma infeção na região afetada.




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