A palavra miopia tem origem do grego "myopia", que significa "olho fechado", porque as pessoas com esta condição, muitas vezes, encerram os olhos ligeiramente na tentativa de ver o que está mais longe. 

Num olho com miopia, o objeto é focado antes da retina. Isto pode acontecer se um olho for maior ou crescer mais do que o esperado (miopia axial), se a córnea (a parte transparente que fica à frente do olho) for mais curva que o normal ou se o índice refrativo do cristalino (nossa lente natural) estiver aumentado.


Desconhecemos a prevalência da miopia em Portugal, mas pensa-se que seja semelhante a outros países ocidentais. Nos EUA estima-se que a prevalência da miopia seja de 3% em crianças entre os 5-7 anos, 8% em crianças entre os 8-10 anos de idade, 14% em jovens entre os 11-12 anos de idade e 25% em adolescentes entre os 12-17 anos. Em países asiáticos a prevalência é ainda maior, chegando a cerca de 84% nos adolescentes entre os 16-18 anos. 

fatores de risco para a miopia. Atualmente, o mais importante é a história familiar. Os prematuros e crianças com baixo peso ao nascer também têm mais chances de desenvolver miopia. Outro fator de risco menos claro/ evidente pode ser, entre outros, o excesso de trabalho ao perto (quanto mais perto, maior parece ser o risco).

Felizmente, a maioria dos pacientes têm uma miopia ligeira/ moderada e ficam a ver a 100% com óculos ou lentes de contacto e os olhos mantêm-se saudáveis ao longo da vida. Já os altos míopes muitas vezes têm um crescimento anormal do globo ocular e este aumento leva, em muitos casos, a patologias da retina, tais como descolamentos de retina e problemas na parte central da mesma. Assim, todos os altos míopes devem ser vigiados regularmente por um oftalmologista. 


Há cirurgia para corrigir a miopia?

Sim, mas a cirurgia só está recomendada a partir dos 18 anos de idade e quando há estabilidade refrativa (não há aumento da graduação dos óculos) pelo menos durante 2 anos. 

Existem várias técnicas cirúrgicas como o caso do LASIK e o implante de lentes intraoculares. Mas, para além de só estar indicada em adultos (exceto em casos raros), é necessário fazer vários exames para saber se a pessoa pode ou não ser submetida a cirurgia. 


Lígia Figueiredo