Tal como referimos na primeira parte, é importante termos em conta todas as nossas ações no cuidado à pele. Um simples banho pode não ser totalmente inofensivo, assim como a aplicação de creme hidratante também não.

Então mas porquê?

Vamos responder a isso agora mesmo!

Os objetivos dos cuidados à pele são:

  • minimizar a possibilidade de lesão;
  • minimizar a exposição a substâncias desnecessárias;
  • promover o desenvolvimento normal da pele. 


Cuidados de higiene e produtos de hidratação

Há autores que referem que o primeiro banho após o nascimento deve ser dado apenas ao fim de 6h de vida devido ao risco de arrefecimento durante e após este cuidado. Outros referem que, pelas mesmas razões, o bebé apenas deve ser submetido a cuidados de higiene quando conseguir ter uma temperatura axilar de 36,8ºC e já se tenha conseguido adaptar ao meio extrauterino.

Mas, se pensarmos na função protetora do vérnix caseosa e que este é totalmente absorvido ao fim de 2 dias, a menos que o bebé apresente algum fluído do parto (sangue ou fezes), disfrutem do vosso filhote e deixem o banho para daí a 48h.

Recomendam também que o banho num bebé de termo (que nasce com o tempo de gestação completo) pode ser dado duas vezes por semana. No caso de um prematuro, aconselham de 4 em 4 dias.
A temperatura ideal da água pode estar entre os 36,5 e os 37ºC e a duração não deve exceder os 5 minutos.

O banho menos frequente tem as seguintes vantagens:

  • diminui o stress do bebé;
  • mantém os microorganismos normais da pele e previne a colonização por parte de outros agentes patogénicos (que poderão causar infeções);
  • permite que o pH da pele se mantenha ácido e assim diminua substancialmente o risco de infeções da mesma;
  • reduz a pele seca e a irritação;
  • reduz a exposição aos químicos dos produtos de higiene. 

Tipos de banho

Para dar banho ao bebé, existem várias possibilidades e alguns tipos de banheiras. 

Pode dar um banho parcial, em que o corpo é lavado por partes, sem ser mergulhado na água, tal como mostra a imagem abaixo.



Quando se pensa no banho tradicional, temos ao nosso dispor as banheiras típicas e banheiras com redutor. Esta última permite apoiar os bebés mais pequeninos e, por norma, os pais sentem-se mais seguros. 

Banheira com redutor, vendida pela Fisher Price, que detém os direitos da imagem


Banheira sem redutor, publicitada pelo blog Meu Bebé Ninja, que detém os direitos da imagem

Contudo, o banho está um pouco para lá das razões meramente higiénicas e, devido a isso, fizeram-se estudos que deram origem a uma nova prática, para alguns ainda um pouco desconhecida... o banho de balde ou banho terapêutico




Quais os seus benefícios?
  • ativa a circulação sanguínea e melhora a oxigenação;
  • diminui as crises de cólicas;
  • permite a diminuição dos estados de agitação e consequentemente os permanentes estados de alerta;
  • ajuda a eliminar as toxinas do organismo;
  • estimula o desenvolvimento neurológico e psicomotor;
  • traz paz e harmonia para a criança.

Como dever dar o banho no balde

  • Balde fundo de plástico individual;

  • água entre os 36º e os 37ºC;
  • deve embrulhar o recém-nascido num pano e imergi-lo na vertical, até à altura dos ombros. Segurar a cabeça com os dedos indicadores na mandíbula (maxilar inferior) e o resto dos dedos na nuca. Ou então, deve segurar por baixo das axilas para que possa boiar, descrevendo movimentos circulares e lineares;

  • duração curta (<5 min), de acordo com a disponibilidade do bebé (ou seja, caso perceba que ele inicia choro, sem se acalmar, deve cessar o banho).

Que produtos utilizar?

Tal como já foi referido anteriormente, a pele do bebé é muito permeável, o que faz com que absorva todos os produtos que são aplicados, podendo ocorrer intoxicação. Por outro lado, muitos produtos de cosmética destinados ao uso infantil contêm substâncias potencialmente tóxicas e prejudiciais à pele dos recém-nascidos. 

Existem alguns componentes que, por norma, estão presentes nesses produtos e que devem ser evitados nos bebés e crianças. Temos como exemplo:
  • Sódio lauril sulfato (SLS);
  • Sódio laureth sulfato (SLES) e amónio laureth sulfato (formam a espuma de produtos como a pasta de dentes, gel de banho, ...
  • Metilisotiazolina (pode encontrar-se nos champôs e amaciadores de cabelo)
  • Parabenos - metilparabeno, propilparabeno, etilparabeno e butilparabeno (presente em loções e champôs para bebés, assim como nos toalhetes).
Torna-se, desta forma, importante que se leiam rótulos e se evitem estes componentes.

Pelas razões anteriormente referidas, os produtos de cosmética destinados ao uso infantil só devem ser introduzidos a partir das 32 semanas e de forma gradual, de modo a detetar mais facilmente qualquer tipo de manifestação alérgica.

Para finalizar, apresenta-se uma tabela onde se encontra sistematizada toda a informação que foi apresentada neste artigo e as respetivas justificações. 




Sandra Pereira e Rita Barahona, 
em colaboração com O Pai, a Mãe e Eu