As doenças orais são um dos principais problemas na saúde infantil e juvenil, sendo a cárie dentária a doença crónica mais prevalente na infância. A sua prevenção é importante uma vez que têm uma grande influência a nível da economia familiar, com repercussão a nível laboral e escolar, devido ao absentismo. 

O aparecimento desta doença pode ter diversos fatores, nomeadamente a higiene oral, a alimentação, medicamentos utilizados para o tratamento de outras doenças e suplementação de flúor, tendo um estudo demonstrado que a frequência com que ocorre difere da região do país onde vive a criança. 





O despiste das cáries dentárias passa por:

  • Deteção precoce de lesões;
  • Vigilância ativa;
  • Visitas regulares ao higienista oral/ dentista.
A prevenção é a melhor "solução", sendo que deve envolver pais e crianças e ter em consideração o meio sociocultural e o nível socioeconómico de cada família. 


PREVENÇÃO PRÉ-NATAL


No que respeita à educação no âmbito da saúde materna (gravidez), devemos dar ênfase à importância de uma correta higiene oral e incentivar a diminuição da ingestão de alimentos/ bebidas açucaradas, uma vez que, estas medidas previnem o aparecimento de cáries nos seus filhos. 

É importante que esta vigilância decorra essencialmente durante o 3º trimestre da gravidez.


PREVENÇÃO PÓS-NATAL

Transmissão Vertical (De pais/ cuidadores para filho)


  • Os pais deverão manter uma boa higiene oral;
  • Não deverão partilhar com o seu filho, utensílios e alimentos que já tenham levado à boca.

Higiene Oral

A escovagem dentária com uma pasta com fluoreto é uma das principais medidas de prevenção de cáries e que deve fazer parte da rotina da higiene diária do bebé. 
  1. Recém- nascido/ Lactente 
    •  A higienização da boca do bebé deve iniciar-se mesmo antes de nascer o primeiro dente;

    • Deve utilizar-se uma compressa (gaze) embebida em água morna e passá-la nas bochechas, língua e gengivas do bebé, após a amamentação/ aleitamento;

    • Quando nasce o primeiro dente, a higiene da boca deve ser feita duas vezes por dia,  sendo uma das vezes obrigatoriamente após a última refeição;
    • Deve ser utilizada uma compressa, dedeira ou escova macia com uma pasta contendo 1000-1500 ppm de fluoreto;
    • A quantidade de pasta a utilizar deve ser semelhante ao tamanho da unha do dedo mindinho da própria criança.



    2. Dos 3 aos 6 anos

    • Os pais devem incentivar a criança a escovar os seus próprios dentes, supervisionando. É importante relembrar que o exemplo que os pais dão é de grande importância, uma vez que a criança tende a agir por imitação, levando-a a adquirir hábitos de higiene oral;

    • A escovagem deve ser realizada duas vezes ao dia e durante pelo menos 2 minutos, sendo uma delas obrigatoriamente antes de deitar, com uma pasta fluoretada com a dosagem e a quantidade referidas anteriormente;

    • A escova deve ser macia, de tamanho adequado à boca da criança e substituída a cada três meses. Pode ser manual ou eléctrica;

    • As pastas de dentes com sabores atrativos devem ser desencorajas para que não haja a tendência de a criança engolir;

    • Após a lavagem dos dentes, a criança deve ser incentivada a cuspir a pasta e não a enxaguar com água, para que haja uma maior concentração de fluoretos e consequentemente uma maior ação tópica. 





    3.  Aos 6 anos


    • Se a criança já tiver um controlo dos movimentos finos, a escovagem deve ser realizada por ela. Caso contrário os pais devem apoiá-la ou substituí-la;

    • A escovagem deve ser realizada duas vezes ao dia e durante pelo menos 2 minutos, sendo uma delas obrigatoriamente antes de deitar. A pasta de dentes deve ter entre os 1000 e os 1500 ppm de fluoreto, idêntico ao usado pelos adultos, numa quantidade de cerca de 1 cm;

    • A escova deve ser macia ou média de acordo com o tamanho da boca da criança;

    • O nascimento dos molares permanentes requer uma atenção redobrada e uma técnica específica de escovagem, uma vez que as suas características aumentam o risco de aparecimento de cáries.





     4. Dos 9 aos 10 anos

    • Deve utilizar-se fio dentário de forma a higienizar os espaços entre os dentes.

Suplementos de flúor

No que respeita ao suplemento de flúor, deve ser tida em conta a indicação dada pelo pediatra/ dentista.
De acordo com o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral, a administração de flúor deve iniciar-se em crianças com mais de 3 anos. 

Medicamentos

Deverá ter-se em consideração que a maioria dos medicamentos para crianças contêm sacarose (um tipo de açúcar), o que leva ao aumento do risco de cáries, caso seja administrado com frequência. Neste caso deverá falar sobre este assunto com o pediatra/ dentista da criança. 

Educação Alimentar

  • A amamentação deve prolongar-se até aos 6 meses em exclusivo, sempre que possível;
  • A dieta deve ser equilibrada evitando bebidas açucaradas/ gaseificadas e guloseimas. 









O Pai, a Mãe e Eu


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