Também é importante falar sobre uma outra situação psicopatológica que, sendo rara, se reveste de uma gravidade importante. Trata-se da Psicose Puerperal.

A PP pode acontecer repentinamente, geralmente nos três primeiros meses depois do parto. 

A mulher perde o contacto com a realidade, tendo geralmente alucinações auditivas. As alucinações visuais são menos comuns.

Outros sintomas também presentes incluem insónia, agitação, raiva, comportamento e sentimentos estranhos.

Mulheres que sofrem de PP precisam de tratamento imediato, necessitam de medicamentos e algumas vezes mesmo de internamento psiquiátrico, uma vez que há risco de se agredirem a si mesmas e/ ou a outros, incluindo o Bebé.


Como conclusão, as alterações emocionais durante a gravidez e o pós-parto podem surgir quer num enquadramento normal e transitório (Baby Blues), quer como uma primeira manifestação psiquiátrica ou ainda como agravemento/ recaída de doença prévia (Depressão Pós-Parto e PP).

Nem sempre é fácil à mulher e/ ou familiares perceber com clareza a diferença entre o normal e o patológico. Nestes casos, é fundamental procurar ajuda profissional (psicólogo, por exemplo) para se proceder a um diagnóstico diferencial e assim iniciar, se necessário, o encaminhamento ou a intervenção adequada. 

Não podemos esquecer que o não diagnóstico e o não tratamento adequado das situações de desequilíbrio podem ter implicações graves para a saúde mental da mãe e consequentemente interferências muito sérias no seu relacionamento com o bebé, com evidentes prejuízos para o desenvolvimento deste.






Maria de Jesus Correia



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