O casal deverá decidir, enquanto casal, se quer ter filhos, quantos e quando. Devem ter à sua disposição os métodos necessários, dada a sua escolha, que lhes permita uma vida sexual plena e segura.
Após o nascimento de um filho, o tempo mínimo ideal entre as gravidezes defendido é consensual... 2 anos. Este tempo é fulcral para que a mulher se restabeleça plenamente a nível físico, emocional e psicológico e é, também, altamente benéfico para o bebé.
Para que se dê o espaçamento entre as gravidezes é muito importante falar-se da Contraceção.
A decisão sobre o tipo de contraceção a ser feita após o parto deveria ser tomada durante a vigilância da gravidez.
O casal deverá ser informado dos métodos contracetivos que tem à sua disposição para evitar uma nova gravidez logo após o parto. Os mais frequentes são:
- Amamentação Exclusiva ou Método LAM (Lactational Amenorrhoea Method)
Chama-se:
- Amamentação exclusiva quando a criança não recebe nenhum outro líquido ou alimento, nem mesmo água, para além do leite materno;
- Amamentação predominante quando a criança recebe somente vitaminas, água, sumos ou chás para além do leite materno;
- Amamentação quase exclusiva quando a criança recebe apenas uma refeição por semana que não é de origem materna.
Para que este método seja eficaz, é importante não esquecer que a mãe deverá permanecer sem menstruação (amenorreia) - logo tem de haver abstinência sexual até a constatar -, a amamentação deverá ser exclusiva (cerca de 8 mamadas por dia, sem que haja intervalos superiores a 4h de dia e 5h de noite) e a criança não deverá ter mais do que 6 meses.
- Abstinência
O casal abstém-se de ter relações sexuais. Esta decisão poderá ser temporária ou de longa duração. Este método poderá prender-se com razões religiosas ou culturais, mas não somente.
- Contracetivos hormonais
- Pílula progestativa (toma diária, sem pausa): método muito sensível à hora e cada esquecimento mesmo que pequeno poderá cursar com uma gravidez não desejada
- Implante subcutâneo (duração de 3 anos): Apesar de ser bastante cómodo e permitir uma contraceção eficaz mais ou menos duradoura, por vezes devido às irregularidades menstruais e face ao aumento de peso que pode provocar não é um dos métodos mais preferidos pelas mulheres, contudo estes efeitos não acontecem em todas as portadoras deste contracetivo, sendo que algumas elegem o implante subcutâneo como o melhor. Em situações especiais e sob aconselhamento médico este método pode ainda ser colocado antes do período anteriormente indicado.
Implante Subcutâneo (Fonte: Google Imagens) |
- Injetável progestativo (duração de 12 semanas/ aproximadamente 3 meses)
- Sistema intra-uterino hormonal (duração de 5 anos)
- Pílula estroprogestativa (toma diária durante 3 semanas com pausa de 1 semana),
- Anel vaginal (3 semanas com pausa de 1 semana): ideal para mulheres que sofrem de cefaleias com outros métodos contracetivos hormonais ou por outro lado que vomitam com alguma regularidade as pílulas ou têm diarreias de natureza crónica.
Anel vaginal (Fonte: Google imagens) |
- Adesivo transdérmico (3 semanas com pausa de 1 semana): Cada embalagem contém 3 adesivos e cada um deles deverá ser colocado no mesmo dia da semana. Pode ser colocado em inúmeros locais, sendo prático e cómodo evitando esquecimentos.
Adesivo transdérmico contrecetivo (Fonte: Google Imagens) |
- Métodos Barreira
Preservativo Feminino (Fonte: Google Imagens) |
Diafragma (Fonte: Google Imagens) |
- Dispositivos intrauterino
- De Cobre - duração mínima de 5 anos (existem alguns dispositivos em que a duração poderá ser maior). Poderá ser colocado no pós-parto, mas idealmente deverá ser colocado apenas após 4 semanas, pois diminui o risco de expulsão se o lóquios (hemorragia vaginal pós-parto) for abundante. No primeiro mês após a sua colocação não deverá existir relacionamento sexual sob pena deste poder sair do local recomendado para uma contraceção eficaz. Ao fim desse primeiro mês a sua ideal localização deverá ser confirmada através de ecografia. Este é um excelente método para multíparas (mulher com vários filhos) e que pretendem um controlo da natalidade mais duradouro e para aquelas cujos contracetivos hormonais estão contra-indicados.
Apesar destas vantagens uma das razões para a remoção deste dispositivo antes do término da validade, relaciona-se com fluxos menstruais mais abundantes e irregularidades menstruais.
Dispositivo Intrauterino de Cobre (Fonte: Google Imagens) |
- Hormonal com Levonogestrel - é um dispositivo intrauterino hormonal cuja grande vantagem se prende com o facto de provocar amenorreia. É o ideal para mulheres com menstruações muito abundantes. Tem a duração de 5 anos e a sua colocação é mais fácil que o dispositivo anterior, sendo que não existe o perigo da sua má colocação, isto é, apenas necessita de se encontrar no interior da cavidade uterina para desempenhar a sua função contracetiva.
Dispositivo intrauterino hormonal (Fonte: Google Imagens) |
- Esterilização
Trata-se de um método definitivo e pode ser:
- Laqueação tubária (na mulher) - efetuada durante o parto, se for cesariana, nos primeiros 7 dias no pós-parto ou a partir das 6 semanas após o parto.
- Vasectomia (no homem) - se for efetuada durante a gravidez já será eficaz na altura do pós-parto. Consiste no corte dos canais deferentes (canais que permitem a passagem dos espermatozoides dos testículos até à uretra). Ao contrário do que muitos homens pensam este método não está associado a diminuição do desejo ou da capacidade de ereção ou ejaculação.
- Laqueação tubária (na mulher) - efetuada durante o parto, se for cesariana, nos primeiros 7 dias no pós-parto ou a partir das 6 semanas após o parto.
Laqueação Tubária (Fonte: Google Imagens) |
- Vasectomia (no homem) - se for efetuada durante a gravidez já será eficaz na altura do pós-parto. Consiste no corte dos canais deferentes (canais que permitem a passagem dos espermatozoides dos testículos até à uretra). Ao contrário do que muitos homens pensam este método não está associado a diminuição do desejo ou da capacidade de ereção ou ejaculação.
Vasecxtomia (Fonte: Google Imagens) |
Ao se fazer o aconselhamento sobre a contraceção em contexto pós-parto, deveremos ter presentes diversos fatores tais como os aspetos sociais, culturais e económicos da família, se a mãe está ou não a amamentar, a altura em que será expectável o início das relações sexuais, se o casal quer mais filhos e, no caso de querer, em que intervalo de tempo, sempre respeitando os pressupostos do casal sobre o assunto.
É importante que o casal escolha o método contracetivo mais apropriado a si, de uma forma consciente e informada, o que é mais fácil de conseguir caso sejam acompanhados pela Enfermeira e Médico no Centro de Saúde, onde estes profissionais acompanham a Família no seu ciclo de vida.
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